"Para além do acesso à Internet: como garantir a conectividade significativa" foi o tema do seminário realizado pela Câmara de Universalização e Inclusão Digital do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), nos dias 16 e 17 de abril. O evento reuniu uma série de organizações que atuam em defesa do direito à comunicação e do acesso seguro à Internet. O Nupef esteve presente e foi representado pela assessora de projetos, Carol Magalhães.

Um dos objetivos do evento foi contribuir com a construção de propostas concretas ao Estado brasileiro para promover condições de uso integral e qualificado da Internet para toda a população. Essas proposições foram articuladas durante grupos de trabalho que envolveram sociedade civil e representantes do governo e foram embasas pelo estudo "Conectividade Significativa: propostas para medição e o retrato da população no Brasil". Lançado durante o seminário, o estudo foi realizado pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), braço executivo do CGI.br, e trouxe um alerta importante: apenas 22% dos brasileiros e brasileiras têm condições de conectividade e as regiões Norte e Nordeste têm as piores condições de acesso.

Para Carol Magalhães, o evento foi fundamental para que sociedade civil e poder público pudessem dialogar sobre as melhores estratégias para garantir o que se tem chamado de “conectividade significativa” que parte da ideia de que a conexão deve permitir o máximo de aproveitamento das oportunidades no ambiente online. Ou seja, só o acesso à Internet não é suficiente, é preciso qualificar esse acesso. “Para garantir essa conectividade, é preciso considerar a diversidade dos territórios e garantir que as políticas cheguem naqueles mais excluídos, a exemplo da Amazônia, onde os povos e comunidades tradicionais vivenciam excluídas desse acesso”, ressaltou a assessora do Nupef.

Também estiveram presentes parceiros do Nupef, como Celso Araújo, diretor de juventude da CONAQ e Geovana Aires, da comunidade Bairro Novo, em Penalva (MA), que conta com uma rede comunitária instalada pelo Instituto. Flávia Lefévre e Sil Bahia, integrantes do Conselho Diretor no Nupef, também participaram do seminário.

Redes Comunitárias – Uma das propostas debatidas durante o seminário foi a implementação de redes comunitárias em áreas remotas. No dia 17 de abril, representantes do Comitê de Redes Comunitárias da Anatel – do qual o Nupef faz parte – reuniram-se com a equipe do Ministério das Comunicações e reforçaram a importância da aprovação da proposta que o Comitê apresentou para recomendar o uso do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) para custear a ampliação do serviço de redes comunitárias pelo país.